terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Vinho, é preciso saber escolher


Com uma história que remota a 6000 a.C., o vinho possui uma longa história. Surgido na Grécia, era uma bebida muito consumida na época dos romanos antigos e tem desempenhado um papel importante em várias religiões desde os tempos antigos. Dentre todas as bebidas, o vinho desperta paixões em viticultores, enólogos, enófilos e sommeliers. 

Uma das fases mais cultuadas é o processo de envelhecimento que ocorre na grande maioria dos vinhos tintos. Esta fase realizada em barris de carvalho ou na garrafa, permite que o oxigênio passe pelos poros da madeira ou da rolha da garrafa fazendo com que o vinho adquira seus aromas, cor e sabores. E para que ocorra de forma correta, é imprescindível o uso de barris de boa qualidade ou o armazenamento da garrafa em locais adequados, com pouca luz e ambiente climatizado.

A enologia é uma ciência moderna que reúne o conhecimento científico sobre o vinho, principalmente sua elaboração, controle de qualidade e análise sensorial que usa três dos cinco sentidos, visão, olfato, paladar, para avaliar as características ou atributos do vinho. Um desses atributos são seus efeitos sobre a saúde. Acredita-se que consumido moderamente, o Resveratrol presente no vinho tenha efeitos benéficos à saúde, juntamente com outros compostos, como polifenóis, antioxidantes e flavonóides.

O Resveratrol é produzido naturalmente pela pele das uvas em resposta à infecção por fungos, incluindo a exposição às leveduras durante a fermentação. Como o vinho branco tem contato limitado com as peles das uvas durante o processo, contém quantidades menores de Resveratrol. Recentes estudos reveleram que tanto o vinho tinto quanto o vinho branco contém efeito antibacteriano sendo eficazes contra Streptococcus, porém é preciso cuidado com alguns efeitos nocivos.
 
Dionísio utilizava o vinho para induzir alterações na mente das pessoas
Quando consumido em grande quantidade, um dos seus possíveis efeitos é a retenção de água no organismo devido ao percentual de álcool presentes no vinho. O alcool pode ainda ter uma ação diurética e causar desidratação, mas além dos efeitos do álcool há de se considerar os efeitos dos aditivos empregados na fabricação do vinho.

É uma prática universal a adição de sulfito ao vinho para ajudar sua conservação e somente quando consta no rótulo "Sem sulfito", é que se pode saber que o vinho não teve adição desse produto químico. A adição do sulfito é importante para a indústria do vinho devido ao seu poder de matar bactérias e seu efeito anti-oxidante. No entanto, mesmo sem adição de sulfito, ele faz parte em pequena quantidade do processo de fermentação. Por isso, praticamente não há vinho inteiramente livre de sulfitos.

Muitos fabricantes dizem que o sulfito, além de comprometer a saúde do consumidor, sua ação esterilizadora destrói a vitalidade do vinho tirando o seu aroma. Algumas pessoas são mais sensíveis ao sulfito que outras e as que não toleram essa substância química tem dor de cabeça, enjôos e até reações alérgicas ou crises de asma. O sulfito é considerado o principal responsável pela "ressaca". Vinhos mais doces ou suaves necessitam de doses ligeiramente maiores de sulfitos. Isso explica porque algumas pessoas toleram melhor o vinho seco ou demisec do que os vinhos brancos ou vinhos doces em geral.

Um substituto para o sulfito como estabilizador do vinho é o sorbato de potássio que também tem a propriedade de deter a fermentação, mas na opinião de muitos ele agrega cheiros desagradáveis e gosto ruim ao vinho. A dor de cabeça também pode ser provocada por outras substâncias além dos sulfitos e que também são produtos da fermentação. O acetaldeído, formado durante a fermentação alcoólica, também é considerado responsável pela dor de cabeça. Com o envelhecimento do vinho esses compostos podem ser neutralizados, por isso deve-se evitar consumir vinho novo de certas uvas que requerem envelhecimento, tal como os vinhos tintos e os da uva Chardonnay. Quanto mais envelhecidos, são melhores.

Para prevenir a ressaca, além da moderação no consumo deve-se evitar tomar o vinho com o estômago vazio, dando preferência aos alimentos ricos em gordura e proteína para acompanhamento. Mal estar e náuseas também podem ocorrer quando se mistura vinho com outras bebidas ou quando se toma vinho doce como acompanhamento de comida salgada. Ressaca e dor de cabeça se cura com analgésico, porém copos de água ou uma boa sopa que possa repor o sal e o potássio perdidos na desidratação ou um café expresso são soluções populares. Porém soluções caseiras nunca substituem a opinião de um médico.

Uma das boas regras para se degustar o vinho é tomá-lo alternadamente com a água. Onde houver uma garrafa de vinho, deve haver uma jarra de água fria ou gelada. A principal razão é que o vinho pode ser refrescante mas não hidrata. Outra função da água é limpar as papilas degustativas removendo o sabor do alimento. Vinho só dá dor de cabeça quando não se sabe escolhê-lo e tomá-lo.


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